Pela segunda vez, em nota, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva diz que o triplex que passou por reforma milionária sob comando da empreiteira OAS não é dele. O engenheiro Igor Pontes, personagem central da investigação do Ministério Publico Federal, disse ao jornal “Folha de São Paulo” que a reforma foi feita para ficar ao gosto do casal Lula-Marisa Leticia.
Outro personagem, o engenheiro Armando Magre, sócio da Talento Construtora, terceirizada pela OAS para comandar a reforma, contou a promotores, em dezembro, ter tido contato com Marisa Letícia, que teria entrado no apartamento com o filho Fábio Luiz e o empreiteiro Léo Pinheiro, condenado a 16 anos de prisão.
O assistente de engenharia Wellington Aparecido Carneiro da Silva, que trabalhou na OAS entre 2011 e 2014, é outro que abriu o bico. Ele teria presenciado o engenheiro Igor Pontes acompanhar Lula e sua mulher em “uma vistoria padrão” de áreas comuns do condomínio Solaris.
São três entre tantos depoimentos que confirmam a presença do casal no triplex. Há depoimentos que relatam o sigilo que deveria ser mantido em torno do nome Lula no local. Se não é dono, se nada tem a ver com a propriedade de um imóvel cercado de “mistério”, para que tanto segredo e segurança? O que estaria fazendo no local? A troca de layout, de acabamento, troca de escadas e inclusão de elevador privativo foram feitas para quem mesmo?
Lula nega, a despeito de muitas evidências. E o que dizem representantes da OAS? Falta a imprensa perguntar. Ela mantem o triplex em seu nome, e documento citado pela revista IstoÉ aponta que o triplex 164-A nunca foi colocado à venda. Por que será?
Afinal, em 2009, assembleia de interessados e construtora produziram o “Termo de Acordo para Finalização do Residencial”, no qual fixaram o prazo de dez dias para se desligarem da Bancoop, a cooperativa que desviou dinheiro dos investidores, e optar entre duas opções em até 30 dias. Seria receber os valores em espécie com multa ou manifestar o desejo de ficar com o imóvel e custear novas despesas para sua finalização.
De novo, então: por que será que o triplex nunca foi colocado à venda e dona Marisa Leticia não fez uma coisa nem outra no prazo acordado com a cota que dizia possuir de outro imóvel? Perguntar é preciso. É o papel da imprensa.
São muitos os detalhes, testemunhos e documentos na história do triplex que desmontam a versão de Lula e a tese de conspiração contra o ex-presidente, que fez amizade generosa com os maiores PIBs da construção civil nacional, parte da elite odiada por ele e pelo PT.
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